Pino Marzella

 

07/05/08

Giuseppe Marzella nasceu em Giovinazzo (Itália) no dia 6 de Setembro de 1961, e foi no clube da cidade que deu nas vistas (GSAFP Giovinazzo), jogando como ala, na categoria de Juniores sagrou-se campeão nacional italiano em 1977, e no ano seguinte participou no europeu de juniores (em Sevilha) com a selecção italiana onde assinalou 8 golos e conquistou o 3º lugar, Pino já era dotado de um virtuosismo e velocidade impressionante.

 

1979 foi o ano da afirmação de Pino Marzella no escalão sénior, jogava a títular no Giovinazzo, da Serie A italiana, ficou em 2º lugar do campeonato, as boas exibições valeram-lhe mais uma chamada à selecção transalpina de juniores, em Inglaterra, Marzella assinalou 10 golos e foi considerado o jogador mais tecnicista do torneio.

 

A época seguinte foi de ouro para o Giovinazzo, contava com uma dupla atacante temível, a precisão e seriedade de Francesco Frasca completava a velocidade estonteante de Marzella, o primeiro lugar na Serie A foi histórico pois nunca uma equipa do sul de Itália tinha conquistado o scudetto, com 62 golos marcados, Marzella foi o stick d'ouro do campeonato. Mas o sucesso desta época não se ficou por aqui, na final da Taça das Taças, o Giovinazzo tornou-se na primeira equipa italiana a vencer uma competição europeia, depois de derrotar o Sentmenat da Catalunha apenas no 2º jogo, pois no primeiro o resultado tinha sido de 11-4 para os espanhóis, na segunda mão os italianos venceram por 10-3 no tempo regulamentar, e no prolongamento venceram o troféu com o resultado a ficar em 14-4, Marzella marcou 11 dos 14 golos da equipa.

No final da época, o treinador do Giovinazzo e seleccionador italiano Gianni Massari convocou Pino para o europeu júnior de Barcelos e para o Mundial sénior do Chile onde ficou em 4º lugar.

O Giovinazzo era a única equipa amadora da liga italiana, é então hora de Marzella rumar a uma equipa profissional, o CR Emilia, que bateu recorde de transferências ao pagar 50 milhões de liras à ex-equipa de Pino.

A sua primeira mudança de ares nada interferiu na sua maneira de jogar, e no primeiro ano no Emilia, foi novamente o melhor marcador da Serie A com 82 golos, ajudando assim o Emilia a vencer o título italiano, participou nesse ano no europeu de Essen (Alemanha) onde ficou em 4º lugar e foi o melhor marcador do torneio. No ano seguinte Marzella voltou a ser o melhor marcador da Serie A, com 90 golos, voltando também o Emilia a vencer o campeonato. Parte no final da temporada para um Mundial de má memória para os italianos (em Barcelos). No ano seguinte, Marzella finaliza a época conquistando mais uma vez o prémio de melhor marcador do campeonato (60 golos). Foi a sua última época no Emilia, após o Europeu de Vercelli onde marcou 8 golos e ficou em 4º lugar, Pino muda-se para Monza.

 

Em Monza as coisas não correram bem para Pino, sempre apupado pelas claques rivais e sobre uma grande pressão dos adeptos da sua equipa, Pino não aguentava e perdia-se de nervos dentro de rinque, afectando e de que maneira as suas prestações, o hóquei alegre de Pino transformara-se num hóquei triste e escuro, jogando sempre nervoso, de semblante pesado e provocatório. A época 83/84 foi uma continuação dos comportamentos antiquados até fora de rinque, ficou sozinho, nem o seu ''segundo pai'' - o seleccionador italiano Gianni Massari- o conseguiu ajudar, já que Pino o críticou e o interrogou de forma insulente num estágio da selecção italiana. Pino tinha a imprensa e quase todo o público contra ele. Em 1984 a sua suspensão já esperada da selecção italiana não permitiu que Pino participasse no Mundial de Novara daquele ano. Apesar de tudo, Pino marcou nessa época 61 golos no campeonato. Toda a polémica causada numa época bastante atribulada fez com que Pino fosse cedido por empréstimo ao Hockey Novara.

 

Na época seguinte Pino Marzella desafia todos os que o tentaram dificultar a vida e conduz o Hockey Novara à vitória do campeonato, da Taça de Itália e da Taça CERS. Foi novamente o melhor marcador do campeonato com 61 golos. De volta à selecção, Pino foi considerado o melhor jogador do europeu de Barcelos, tendo marcado 18 golos no torneio. O Amatori Vercelli resgata Pino do Roller Monza por 150 milhões de liras, sagra-se mais uma vez campeão italiano e é convocado por Massari (que voltou à selecção transalpina) para o Mundial de Sertãozinho, onde é o melhor jogador e melhor marcador do campeonato, mas melhor que isso, é pela primeira vez campeão do Mundo!

A sua carreira prosegue cheia de títulos colectivos e individuais. em 86/87 é novamente o melhor marcador do campeonato italiano com 71 golos, foi 3º no europeu de Oviedo e no final da temporada transferiu-se de novo para Monza, mas para o Hockey Club Monza, que tinha como treinador Gianni Massari. Em 1988 sagrou-se na Corunha campeão do Mundo pela 2ª vez, tendo assinalado 8 golos, Pino fez uma final histórica, vencendo a Espanha na final por 2-1, era já considerado pela imprensa italiana e europeia o ''Wayne Gretzky dos patins sobre rodas''.

 

Na época 88/89 vence pela 8ª vez o prémio de melhor marcador do campeonato, com 91 golos, ficando em 2º lugar no campeonato mas vencendo pela 2ª vez a Taça CERS e a Taça de Itália. Foi transferido do Hockey Monza para o Amatori Lodi, antes da época terminar vence categóricamente o europeu realizado em Lodi precisamente.

 

Em 1991 foi para o VS Correggio, uma equipa que tinha por objectivo subir ao topo do hóquei italiano, mas as coisas não correram de feição à equipa, tendo descido à Serie A2.

 

Em 1992 Pino Marzella despede-se do hóquei em patins ao mais alto nível nos Jogos Olímpicos de Barcelona, ficando em 3º lugar.

 

Hoje Pino Marzella é treinador do GSAFP Giovinazzo, tendo feito um excelente trabalho, trazendo o clube das divisões regionais até à Serie A1 italiana após 13 anos de ausência. Pino foi o grande responsável pela recuperação do clube, trazendo de volta os adeptos ao hóquei com o seu carisma e formando equipas jovens de bom nível, que deram origem ao regresso do Giovinazzo à Serie A1.

 

Foi um goleador nato, a velocidade e o poder de drible fizeram de Pino Marzella um dos mais belos jogadores de hóquei, contrastando o nervozismo e o temperamento com a generosidade, considerado uma personagem, que resolve jogos quando menos se espera, traído muitas vezes pelos nervos que por vezes não o deixaram ser melhor que os outros, Pino Marzella foi um dos grandes responsáveis da transformação radical do hóquei italiano nos anos 80, tendo mudado por 8 vezes de equipa com relativa facilidade.