Os 20 destaques da época 2013/2014
AD Valongo – Campeão Nacional, 1ª Divisão
Quem viu desde o início não pode ter ficado surpreendido com o fim. Neste campeonato nacional, venceu a melhor equipa. Organizados a defender e a atacar, impondo sempre grande intensidade nas partidas e nunca baixando os braços, também apoiados no melhor guarda-redes português, Ângelo Girão. Assim foi o Valongo em 2013/2014, uma equipa que não vem de agora, estando todo o mérito quer na sua direcção que, a par do técnico Paulo Pereira, teve visão para projectar uma equipa composta maioritariamente por jovens jogadores rumo ao título nacional, ainda que nunca fosse um objectivo da equipa. Um exemplo de como os projectos com princípio, meio e fim chegam sempre a bom porto, ainda que a travessia pelo deserto seja longa, como se pode observar no Valongo das épocas anteriores, apostando e sofrendo os custos da inexperiência dos seus jogadores que mais tarde se transformaram em louros.
AE Física D – 13º Classificado, 1ª Divisão
Uma equipa que de início parecia dar todas as garantias a Vítor Fortunato acabou por se transformar num inesperado pesadelo. Quando a estrutura não acompanha os objectivos (ou os objectivos são demasiado grandes para a estrutura), todo o esforço é deitado a perder. E houve um esforço tremendo em constituir o plantel, com menos 40% do orçamento da época passada mas com objectivos semelhantes. Se de início tudo parecia bem encaminhado, a saída de alguns elementos importantes como Ricardo Pereira e Johe ou os dois meses de ausência de Carlos Martins, dificultaram toda uma preparação que não chegou a ter conserto. Cinco anos depois, o clube de Torres Vedras voltou à segunda divisão, uma prova a que já não estava habituado e a que parecia não voltar tão cedo.
Ângelo Girão – Guarda-redes da AD Valongo
Fundamental à vitória valonguense no campeonato. Numa modalidade em que o guarda-redes é fulcral, seria inevitável não fazer referência ao internacional português, o principal responsável pelo primeiro título nacional conquistado pelo Valongo.
Carlos Nicolia – Jogador do Valdagno
A sua melhor época de sempre. E é fácil explicar porquê. No ataque contou com a habitual eficácia e capacidade técnica individual que pode resolver qualquer encontro equilibrado. A grande diferença em relação a outras temporadas fez-se na defesa. Conseguiu fazer os impossíveis, ser um dos primeiros a atacar e um dos primeiros a defender. Tudo isto, vindo daquele que nem é uma grande fonte de resistência física. O ponto alto acaba por ser na Taça de Itália, conquistada pelo seu Valdagno que a muito lhe deve este título. Em grau de paridade com Pedro Gil, acaba por se diferenciar nessa prova, também no aspecto ofensivo, já que na rectaguarda encontra-se a anos luz à frente do espanhol, se olharmos para 2013/2014.
CE Vendrell – 5º Classificado, OK Liga
A última época da era Cabestany. Um técnico que revolucionou o hóquei catalão, essencialmente do ponto de vista do tratamento emocional para com os jogadores, mas também ao nível táctico. Apesar de ter sido menos positiva que a anterior, não deixou de ter o seu sabor especial, principalmente pela conquista da Taça do Rei. Um clube que em poucos anos mudou totalmente o paradigma do hóquei catalão, com duas taças conquistadas e uma taça CERS em apenas dois anos.
CGC Viareggio – Quartos-de-final da Série A1
Também em Viareggio a época 2013/2014 marcou o fim de um longo ciclo, há poucos anos vitorioso. Esta temporada veio confirmar que tudo aquilo que o CGC havia sido, tinha de facto terminado. Os Bertolucci de há uns anos não são os mesmos de agora e a táctica de Massimo Mariotti nada resolveu para colmatar os problemas que a equipa apresentava. A utilização frequente do sistema defensivo zonal prejudicou o grupo em muitos jogos que até estavam a correr bem com marcação individual, tendo sido depois alterado pelo técnico campeão europeu. Para uma cidade tão apaixonada pela modalidade, exigia-se mais ao ‘mister hóquei’ e à sua equipa do que chegar apenas aos quartos-de-final do campeonato.
CP Vilanova – 16º Classificado, OK Liga
Triste fim de ciclo também em Vilanova. A falta de verbas ajudou a uma tremenda dança de jogadores ao longo da época e a um registo difícil de esquecer, pelas piores razões. 30 derrotas em outros tantos jogos para o campeonato. Um número de uma monstruosidade tal que quiçá não apagará a memória dos grandes feitos - principalmente ao nível da Taça CERS – alcançados nos últimos anos, onde um homem andou ao lado da história da instituição catalã: Josep Lluis del Rio - primeiro como jogador, depois como técnico, foi um dos responsáveis pelos feitos mas também pelo fim da série consecutiva de épocas a jogar no principal campeonato espanhol.
CP Voltregà – 10º Classificado, OK Liga
A formação de uma equipa interessante. Alguns jogadores jovens e de alto nível nas fileiras do clube catalão que merecerão outro tipo de sorte em termos competitivos, num futuro próximo. Falamos de Eric Vargas, Alex Rodríguez e Tirso Gómez. Um trio que poderá vir a dar que falar no hóquei catalão.
FC Barcelona – Campeão espanhol, OK Liga
Apesar de ter sido uma época plena de títulos e sucessos, a formação de Ricard Muñoz continua a praticar um hóquei pouco conclusivo e qualitativo em termos colectivos. À beira da perfeição do ponto de vista individual e também na marcação dos lances de bola parada, revelaram-se muito apoiados no remate de meia-distância e nas iniciativas individuais. Um Barça muito longe dos tempos de Carlos Figueroa.
Jordi Adroher – Jogador do Réus Deportiù
Época de grande nível que culminou com uma excelente prestação no europeu de Alcobendas. Sem dúvida um jogador que ainda terá muito para dar ao hóquei em patins mundial. Pleno de técnica e senhor de um fortíssimo remate, consegue aliar as suas mais valias à velocidade. Uma peça fundamental no xadrez do técnico do Réus, Alejandro Domínguez, que viu a sua equipa vencer muitos jogos à custa do internacional espanhol.
Jordi Bargallò – Jogador do HC Liceo
Mais uma época irrepreensível. Mais do que a sua presença, quer no Liceo quer na selecção ao longo dos últimos anos, é a sua ausência que tira qualquer dúvida em relação à sua importância dentro de rinque, como ficou demonstrado na ‘desgraça’ liceísta no início da época ou no jogo da Espanha frente à Itália, no europeu de Alcobendas, onde a selecção espanhola empatou.
Juventude de Viana – 4ª Classificada, 1ª Divisão
Justo apuramento para a Liga Europeia. Uma época de grande nível aquela que a Juventude de Viana fez, no regresso à primeira divisão. Numa cidade tão ligada à modalidade, é de saudar não só o regresso ao convívio entre os grandes de Portugal, mas também da Europa. Essencialmente, uma equipa muito forte no contra-ataque, que impõe uma boa intensidade de jogo e que se fez valer da criatividade dos seus elementos, praticamente todos eles dotados de grandes valias técnicas individuais.
Nuno Félix – Jogador da AJ Viana
Outrora um avançado de excelência. Acaba por fazer uma época de magnífico nível…a defender. Um dos grandes responsáveis pela época da Juventude de Viana, consegue dar o equilíbrio que a equipa precisa, fazendo-se valer da imensa experiência na modalidade.
National 1 – Campeonato Francês
Apesar de estar a ser um campeonato reforçado com elementos de qualidade, ano após ano, o campeonato francês continua a estar bem longe dos principais campeonatos europeus, jogados em Portugal, Espanha/Catalunha e Itália. Com um número crescente de adeptos nos pavilhões, os protagonistas continuam a não justificar a ideia de que o hóquei francês já se pode aproximar das restantes equipas latinas. E, essencialmente, o campeonato gaulês 2013/2014 veio demonstrar que as vitórias internacionais estão, para os clubes franceses, bem longe da sua realidade.
Oriol Vives – Jogador do Igualada HC
Magnífica época realizada pelo catalão, valendo-lhe a transferência para o Liceo para a época seguinte. Excelente no um para um, possui uma técnica individual de grande calibre. Dará que falar no Mundo do hóquei, num futuro bem próximo.
Rafael Costa – Jogador da AD Valongo
Não foi o melhor em todos os jogos que o Valongo disputou, bem longe disso. O que é facto é que nos momentos chave, disse ‘presente’, e são esses momentos que marcam a história de uma equipa, ou não tivesse o Valongo conquistado o título nacional. Dois jogos memoráveis frente ao FC Porto e um contra o Benfica, em casa, fizeram dele um dos principais obreiros da conquista, a par de Ângelo Girão. Um jogador que lembra o ainda atleta Pedro Alves pelos excelentes atributos técnicos que tem. Um caso raro nos dias de hoje, em Portugal, um país que parece ter-se esquecido das mais-valias que lhe ofereceram tantos e tantos títulos internacionais. Neste caso, Rafa lembra a todos que a técnica individual é, ainda, um bem precioso e que deve ser estimado em qualquer equipa.
SL Benfica – 2º Classificado, 1ª Divisão
Muito se esperava do Benfica de Pedro Nunes, um técnico com méritos reconhecidos nos vários clubes por onde passou, nomeadamente no Paço de Arcos, Sintra e Candelária. Apesar de contar com alguns elementos no plantel que descoraram, essencialmente, a parte defensiva, o Benfica demonstrou bons argumentos para lutar pelo título, nomeadamente na pressão defensiva, digna de uma equipa que joga para vencer. A discrepância de qualidade no plantel acabou por fazer a diferença nos jogos decisivos, deitando tudo a perder. Um técnico que fez o que estava ao seu alcance e que só não fez mais porque sem ovos, não se fazem omeletes.
Ton Baliu – Jogador do Igualada HC
Excelente temporada de um dos elementos mais completos do campeonato espanhol. Destaque pela acção defensiva mas também não se deixa ficar mal no ataque. A boa prestação com a camisola do Igualada valeu-lhe a convocatória para o campeonato da Europa, onde esteve em bom plano. Revela-se um hoquista muito concentrado em pista e que consequentemente lhe permite apresentar uma excelente leitura de jogo.
Toni Serò – Jogador do HC Quevert
Das muitas aquisições estrangeiras que o campeonato francês recebeu, foi o que mais se destacou. Aquele que verdadeiramente apresentou-se a níveis idênticos daqueles que tinha no campeonato espanhol. Mortífero e muito irrequieto na área, irá representar o Saint Omer na temporada seguinte.
Valter Neves – Jogador do SL Benfica
A melhor época realizada pelo defesa/médio encarnado. Para além de ter melhorado no aspecto defensivo, voltou aos velhos tempos de Paço de Arcos onde era marcador habitual. Pelo Benfica, destacou-se a defender, a atacar e a deliciar os adeptos da modalidade com excelentes pormenores de técnica individual. A par de Girão, o jogador mais valioso do campeonato da época 2013/2014.